Sem pagar salários, Neta Auto entra em recuperação judicial na China 8714t
Com executivos deixando o cargo, bilhões em dívidas e sua sede fechada, fabricante tenta sobreviver com uma ajuda do governo 3i5h4u

Mesmo com todas as declarações negando que estaria perto de falir, a Hozon New Energy, dona da marca Neta, entrou em recuperação judicial na China. O pedido veio após a agência de marketing Shanghai Yuxing pedir pela falência da fabricante, citando um débito de 5,3 milhões de yuan (R$ 4 milhões), ao mesmo tempo em que funcionários protestam contra a empresa por causa dos salários atrasados.
No comunicado enviado à imprensa, a Neta Auto afirma que o processo será conduzido pela sistema judiciário da província de Zhejiang e busca resolver os débitos da empresa enquanto busca por novos investimentos e reorganiza a estrutura istrativa da empresa.

A reorganização prevê mudar toda a estrutura, inclusive com um novo CEO, que trabalhará com os es para conseguir novos aportes. A empresa promete manter o fornecimento de peças e todo o atendimento de pós-venda funcionando sem nenhum problema.
Há, também, uma expectativa de que possam retornar o desenvolvimento de novos produtos, com foco em um novo chassi e na tecnologia de condução autônoma. A Neta tem planos de lançar três novos veículos até 2027.

Apesar de declarar que isto não afetará seus negócios internacionais no Brasil, Indonésia e Tailândia, a companhia ite que a produção na China será “gradualmente” retomada nos próximos meses. Anteriormente a marca havia dito que este processo levaria até três meses e que apenas os Neta X e L retornariam, enquanto o Aya e o GT não tem previsão de voltar às linhas de montagem.
Isto é um impacto direto para a marca em alguns mercados, como o Brasil, por impedir a importação de mais modelos para atender uma possível demanda.

No caso específico do Brasil, a fabricante teria um estoque de 800 veículos no país, eliminando a necessidade de trazer mais unidades por um tempo. A marca tem apenas cinco de vendas no país, no Rio de Janeiro, Brasília, Maceió, Recife e Natal.
Nos últimos dias, um vídeo circulou nas redes sociais chinesas mostrando diversos funcionários invadindo o escritório do CEO da Neta, Fang Yunzhou, exigindo o pagamento dos salários atrasados. O site TMTpost conversou com um dos trabalhadores, que explicou que mais de 100 pessoas participaram do protesto.

Desde ontem (12), todos os funcionários estão trabalhando de casa e a sede em Xangai está fechada. A empresa foi forçada a deixar o prédio. Isto aconteceu apenas alguns dias depois de terem saído da sede anterior.
No vídeo, um dos funcionários afirma que está sem receber desde novembro ado. Muitos tiveram o salário cortado pela metade, enquanto alguns receberam valores irrisórios. A mídia chinesa afirma que mais de 2.900 pessoas foram demitidas, o que era quase metade da força de trabalho, com o número agora por volta de 800 funcionários.
O pedido de recuperação judicial pode não ser suficiente para salvar a Neta Auto. A empresa já sofreu diversos processos, desde o ano ado, por não pagar débitos e salários. Após perder as ações, a justiça não encontrou ativos suficientes para pagar as indenizações. Um exemplo é o caso de duas empresas afiliadas à fabricante, que tiveram suas contas congeladas e ambas tinham menos de 500 yuan (R$ 386).
A Neta tem um problema sério de fluxo de caixa. A fabricante tinha apenas 2,83 bilhões de yuan (R$ 2,18 bilhões) em caixa há dois anos, enquanto as suas dívidas e custos operacionais chegaram a 15,4 bilhões de yuan (R$ 11,9 bilhões).
Para se salvar, a fabricante tentou conseguir um novo investimento e transformar os débitos em ações da empresa para os credores. A tática não funcionou, com diversos fornecedores dizendo que só poderiam eliminar 2 bilhões de yuan (R$ 1,54 bilhões), deixando uma dívida enorme.

A Tailândia era vista como uma forma de salvar a empresa, após uma boa estreia no mercado local, buscando uma linha de crédito e fechando um acordo com diversas empresas locais, incluindo para produzir carros no país. O plano foi pelo ralo após Zhou Jiang, presidente da operação global da Neta, pedir demissão, junto com diversos executivos que faziam parte de seu time.
Há uma semana, a operação brasileira da Neta reiterou que não irá encerrar as vendas no Brasil, reestabelecendo seu site e redes sociais.